sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

2013 - A PALAVRA E O ESPÍRITO SANTO


Muito semelhante à passagem do ano de 1999 para 2000, em que o mundo inteiro se interessava por assuntos relacionados ao Fim do Mundo, e na Igreja, todos aguardavam para qualquer momento o Rapto da Noiva, nesta virada de 2012 para 2013, muitos se decepcionaram por não ter havido nenhum fato relevante que poderia apontar para o cumprimento da "profecia maia", do fim do mundo, ou os sinais evidentes da manifestação do Anticristo, e (novamente) o Rapto da Igreja, mas, ainda estamos aqui!
E as coisas aparentemente estão iguais, como se mais uma vez todos esperassem algo que jamais vai acontecer, visto que o mundo tem tomado seu próprio caminho como desde o início.

Amados, já é esta a segunda carta que vos escrevo; em ambas as quais desperto com admoestações o vosso ânimo sincero; para que vos lembreis das palavras que dantes foram ditas pelos santos profetas, e do mandamento do Senhor e Salvador, dado mediante os vossos apóstolos; sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores com zombaria andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. Pois eles de propósito ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste; pelas quais coisas pereceu o mundo de então, afogado em água; mas os céus e a terra de agora, pela mesma palavra, têm sido guardados para o fogo, sendo reservados para o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios. Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se. (2Pe 3:1-9)


Minha percepção pessoal é que na virada deste milênio, a Igreja de Cristo buscou novos focos de atuação, e se vislumbrou aqui no Brasil por exemplo, o grande avivamento tão esperado, com visões de crescimento de Igreja e métodos de discipular as multidões, e conquanto é inquestionável que Deus fez coisas extraordinárias no Brasil, também é indiscutível que o Evangelho dilui-se, e na larga experiência humana de adaptar-se à toda e  qualquer situação, temos como igreja nos adaptado ao fato de Jesus não ter voltado como nós tanto esperávamos.

Creio ser uma boa hora pra oração e para estarmos com os ouvidos abertos e atentos à Voz de Deus, porque assim como os movimentos de crescimento de Igreja e Conquistas de Cidades e Transformação do Mundo, proliferaram nesta última década, em que nos frustramos por Jesus não ter voltado, o "Bug do Milênio que apavorou os profissionais de informática no final do Séc. XX, não é em nada comparável ao alarde e livros e filmes, que o Calendário Maia gerou, e que agora tornou-se numa grande decepção...

Havia um frenesi para o início de 2012, mas, agora para 2013, parece ser só mais um ano... E na ânsia de buscar meios para mobilizar e motivar as pessoas, creio que precisamos ser muito cuidadosos e voltarmos para o Nosso Lugar de Segurança.

Durante o Dilúvio, Deus escondeu Noé e sua família numa Arca que demorou 120 anos para ser construída. Este período fala da extensão máxima da vida de um ser humano, a partir de Noé. Isso quer dizer, que para termos um lugar de abrigo nos dias difíceis, precisamos empenhar toda nossa vida por construir este lugar. Pois bem, este momento em que vivemos é um momento difícil. Não sabemos de fato o que está por acontecer, e o lugar mais seguro é: A PALAVRA E O ESPÍRITO DE DEUS! OS FUNDAMENTOS DA NOSSA FÉ! Voltemos todos pra lá!
(Curioso é que a palavra onde hoje os judeus guardam as Torah´s, chama-se ARON KODESH - "Arca Santa" - Sem dúvidas é uma alusão à Arca de Noé. É hora de entrarmos na Arca - Palavra de Deus - e só sairmos de lá quando realmente soubermos o que é para ser feito!)

Nós temos o Espírito Santo e nó temos a Palavra de Deus

Sempre me pego pensando nas dificuldades diferentes que Moisés e Paulo tiveram em seus ministérios, por lidar com os extremos: 

O primeiro tinha um povo que recebera a Palavra de Deus (A TORAH), mas, que rejeitou a proximidade de Deus, rejeitou O Espírito, o que levou Moisés a suspirar e dizer: "Quem dera que todos profetizassem?"

Já Paulo, lidava com pessoas que haviam sido cheias do Espírito de Deus, como por exemplo na Igreja de Corinto, porém, não conheciam a Palavra, e O Apóstolo dos Gentios, esforçou-se em suas cartas e certamente em toda sua vida, para instruir tais pessoas nos fundamento de todas as coisas que são as Escrituras, onde nossa Fé é firmada.

Hoje quando ministramos ou somos ministrados, precisamos ter noção deste problema. Temos hoje no Brasil, uma multidão extraordinária que se converteu nos últimos 10 anos, e que não conhece a Palavra. A grande maioria vai para os cultos sem levar a Bíblia, e os smartfones (que são uma boa desculpa pra este fenômeno), permitem que acompanhemos o pregador, mas, não é bom para estudarmos, e lermos um texto e então sermos levados para outro... Ainda talvez sejamos muito inexperientes nestas novas mídias para as Sagradas Escrituras.

No que tange o espiritual, vemos infelizmente que muitas pessoas foram levadas à uma experiência almática, e até alguns sinais espirituais passaram a ser produzidos em laboratório, e muitos que creram inicialmente, começam a perceber que há algo de errado, e muitos chegam à conclusão que o errado é servir a Deus.

A Santidade, perpetuada pela força do braço durante alguns anos, hoje cedeu ao pecado sexual, à uma vida absolutamente igual à de qualquer pessoa comum, que não teme a Deus, porque não fomos levados à uma experiência verdadeira com Deus, mas, com uma doutrina que é certo ser santo e ser santo é não pecar, então, criamos vários dogmas, para que os jovens não namorassem, não se beijassem, e eles obedeceram... até pecarem, porque isso foi de novo escrito em tábuas de pedra nas igrejas e denominações, e não nas tábuas do coração de nossos jovens, irmãos e irmãs.

Não, não estamos perdendo, O Evangelho de Cristo não está em crise, pelo contrário! O inferno acha que está nos cercando, mas, nós é que o estamos cercando!

Porém, não é hora também para ufanismo! É hora para buscarmos a nossa mais poderosa arma de guerra: A NOSSA TOTAL DEPENDÊNCIA DE DEUS, através do reconhecimento de que somos homens, falhos e que como LÍDERES, falhamos muito! E temos falhado!

Somos um povo idólatra, somos um povo místico, e temos uma tendência terrível de nos associarmos com o mal, e com o que Deus reprova e abomina.

No passado por certo, muitos de nós íamos até os adivinhadores, prognosticadores, cartomantes, mães de santo, para saber o futuro. Muitos iam até as praias fazer oferendas, pular ondas, renovar pactos e realizar ritos, com o único objetivo de ter uma vida pacata e próspera, no novo período que se aproximava. Mas, nós nos convertemos não foi? E porque tais práticas ainda estão no nosso meio?

É claro que Deus usa os seus profetas! E continuará os usando! Porém, o Espírito que atua nos profetas, é o mesmo Espírito que te leva confessar Jesus como Senhor! 
É claro que Deus usa os seus profetas, mas, continuamos no final dos cultos procurar pessoas que orem por nós para dizer como será nossa semana, se vamos ter saúde e emprego e qual a cor do próximo carro que vamos comprar, porque "queremos ser guiados por Deus".

Quantos de nós acostumou-se com o Ano Apostólico deste ou daquele, e hoje com a velocidade de comunicação temos no mesmo ano, o Ano Apostólico e Profético de uma dúzia de pessoas "todas elas bíblicas", todas com um ótimo exemplo de vida... Igualzinho ao Supermercado:: "Passe com seu carrinho, e pegue o produto, que melhor lhe satisfizer, é claro! E não se esqueça da equação: Custo X Benefício, para esta decisão tão importante!"

Me arrepio e fico muito triste quando vejo, a Igreja de Cristo, se deixando levar pelas "fábulas judaicas". Falamos tanto (com total desconhecimento), da Cabala (Kabalah), e em quebra de maldições rejeitamos o que já se leu em algum livro deste assunto, MAS...

Cá estamos nós vendo as letras que correspondem aos números do ano do calendário judaico, para definirmos qual e como será a direção e o ano que estamos entrando... MEU DEUS! Quem vos fascinou?

MEU DEUS! Ano 5773, 4, 5 do que? Da Criação do Mundo, irmão? Você acredita nesta fábula judaica, que contrapõe o que Deus disse a respeito do que deveria guiar as nossas vidas e apontar para  Ele?

O nosso ano de 2013, 4, 5 do que? Amado, assim como ninguém sabe ao certo o ano do nascimento de Jesus (2, 4, 6 ou 7 antes de Cristo), se Deus quisesse que soubéssemos quando Jesus nasceu, se isso fosse relevante para nós, estaria EXPRESSO NA BÍBLIA! O que está expresso é sobre a Sua Morte! Que se deu na Páscoa, no Primeiro Mês do Ano, no principal dos meses, porque neste mês, Deus tirou o seu povo da Casa da servidão no Egito, e nós da escravidão do pecado.

Quando pensamos no ano de 5 mil e alguma coisa, ou no ano de 2 mil e alguma coisa, e queremos buscar inspiração profética, deixamos A PALAVRA, que nos exorta a observar o que Ele deixou como sinal!

Na Palavra de Deus, somos advertidos, de que mudariam os tempos e as leis, e estamos nós aqui, buscando revelação de Deus, através da Borra de Café, ou dos búzios, ou da guematria? Amados! Vamos voltar!

Estive lendo novamente o que O Apóstolo Paulo escreve a seus filhos Timóteo e Tito, instruindo-os quanto ao Ministério de Cristo, ao qual foram encomendados, e hoje eu, pai de pastores, apóstolos, profetas, mestres, evangelistas, escrevo em primeiro lugar para estes filhos que Deus me tem dado, e cujo peso de responsabilidade cai sobre mim. Um pai preocupado com os filhos, este é o sentimento do Apóstolo dos Gentios, O Nosso Apóstolo, quando escreveu as coisas que tomo, para hoje exortar, a que voltemos para Cristo e para A Sua Palavra.


Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas.  (2Ti 4:3-4)


Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm a sua própria consciência cauterizada, (1Ti 4:1-2)


Este testemunho é verdadeiro. Portanto repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé, não dando ouvidos a fábulas judaicas, nem a mandamentos de homens que se desviam da verdade. 
(Tit 1:13-14)


Somos pessoas, com um destino, com um nome, com um propósito da parte de Deus, não somos gado! Não somos um número, não podemos tratar os Santos, por atacado, Deus conhece o nosso Coração e Ele nos chamou pelo nome e nos deu um Sobrenome ainda que não o Conhecêssemos.
Deus sim, deu à Igreja os ministérios do Cordeiro, porém, se Ele fosse usar apenas os Ministros, porque daria O Espírito a todo aquele que crê? Deus têm e vai fazer algo especial e único com cada filho seu, e cabe a nós ministros do Cordeiro, ajudar cada santo a preparar-se para esta tarefa!

Não podemos trazer as pessoas a nós! Temos que levá-las a Cristo!

Está escrito que só há um Mediador entre Deus e os homens - Jesus Cristo, homem. Mas, nós nos tornamos Mediadores, entre as pessoas e o espiritual, quando nos colocamos mais espirituais que elas, e quando permitimos que elas creiam que é através da nossa vida que Deus falará a elas e que elas devem esperar uma direção vinda de nós, para que conduzam suas vidas. 

A nossa individualidade como pessoa, como família, como congregação, como povo de um determinado país precisa ser respeitada, e ao mesmo tempo nós somos A IGREJA DE CRISTO (Única, Universal, Indivisível), temos que entender os dois lados desta verdade!

Portanto se é que posso te aconselhar:

- Vá ler a Bíblia e Ore, e peça pra Deus falar contigo. Fique atento, Deus pode falar contigo, num pensamento, numa pregação com teu pastor, através de uma conversa, de um sonho, fique atento, Deus te ama e Ele se faz achado de quem o busca.

- Ouça o que Deus falar com teus líderes imediatos: Teus pais, teus pastores. Deus tem um propósito pessoal pra você, mas, Ele também te semeou, para fazer parte de algo maior, e que vai se manifestar através da tua família e da congregação a qual você pertence.

- Ouça as palavras proféticas, as Guias proféticas, os Conselhos todos, (como estes que estou escrevendo), mas, tome isso, como uma multidão de conselhos, (onde a Bíblia diz que há sabedoria), e tire as suas próprias conclusões! Sabe porque? Porque você é único(a). Porque através de coisas que Deus pode estar falando com pessoas do mundo inteiro, Ele pode ter algo específico para você, e portanto, precisamos depender Dele! 

- Admire seus líderes espirituais, mas, não os idolatre! Eles são homens e mulheres e por isso são falhos. O maior aprendizado que você pode receber de seus pais é que eles erram. Se você percebeu que seus pais são falhos, pode acreditar: Eles fizeram um bom serviço! Porque quando os pais tentam mostrar para os filhos que eles são super-heróis, certamente a decepção será grande quando perceberem que todos nós somos falhos. Agora, se seus pais te ensinaram a observar todas as coisas, e reter o que é bom, eles, ensinaram algo que vai te abençoar para a vida toda.

Ensinado desta forma quando você for levantado como um ministro de Deus, não terá problemas de voltar atrás em decisões erradas que porventura tomar, porque você não se mostrou como alguém acima do bem e do mal. Quando você confessar teus erros publicamente, estará ensinando que este é o caminho para O Verdadeiro Arrependimento.

Quer concordemos com isso ou não, as pessoas vão perceber que erramos, e poderão seguir o exemplo de nossa obstinação, ou do nosso quebrantamento. Você está sendo observado, e teus filhos serão mais do que você! Se você for um bom exemplo, eles serão melhores do que você! Se você for um péssimo exemplo, eles serão piores do que você! Mas, seus filhos certamente serão mais do que você! O que deseja para eles?

O que Deus falou com você? Qual a esperança do teu Chamado em Cristo Jesus? Volte para o firme fundamento de Deus em sua Vida que é Cristo! Cristo em nós, Esperança de Glória!


Eu tenho também uma direção para te dar a respeito de 2013. Tenho uma palavra para o ano de 2013...


Será O Ano Apostólico e Profético e Pastoral e Evangelístico e de Ensino de YESHUA HAMASHIACH (Jesus - O Ungido de Deus).

Dele, por meio Dele e para Ele são todas as coisas! A Ele a Glória Eternamente! Amém!

Um ano Glorioso Nele!




Paulo de Tarso, Apóstolo
Igreja Apostólica Betlehem

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Chuva - A marca da Bênção de Deus sobre Israel



Pois a terra na qual estais entrando para a possuirdes não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a vossa semente, e a regáveis com o vosso pé, como a uma horta; mas a terra a que estais passando para a possuirdes é terra de montes e de vales; da chuva do céu bebe as águas; terra de que o Senhor teu Deus toma cuidado; os olhos do Senhor teu Deus estão sobre ela continuamente, desde o princípio até o fim do ano. E há de ser que, se diligentemente obedeceres a meus mandamentos que eu hoje te ordeno, de amar ao Senhor teu Deus, e de o servir de todo o teu coração e de toda a tua alma, darei a chuva da tua terra a seu tempo, as primeiras e as últimas, para que recolhas o teu grão, o teu mosto e o teu azeite; e darei erva no teu campo para o teu gado, e comerás e fartar-te-ás.  (Deu 11:10-15)

Este mês de Dezembro tem quebrado todos os recordes de precipitação de chuva, tão abençoada e necessária na terra de Israel!
O lago da Galiléia já subiu consideravelmente o seu nível, os rios aumentaram também o seu fluxo e a neve atingiu uma altura de 60 a 70 cms no cume dos Montes Hermon.
O Mar da Galiléia teve o maior aumento dos últimos 20 anos, subindo 18 cms durante este fim de semana.
Prevê-se para hoje mais um aumento de 7 cms, elevando assim as águas deste histórico lago para os 212 metros abaixo do nível das águas do mar.
O nível atual fica "apenas" três metros abaixo da "linha vermelha" - 208,9 metros abaixo do nível das águas do mar - nível que quando atingido permite que se abra a represa de Degânia para que aumente o fluxo de água para o Rio Jordão e impedir que as águas do lago inundem a cidade de Tiberíades e outras ao longo das orlas.
Os Montes Hermon foram hoje abertos aos visitantes, ainda que segundo as autoridades a espessura da neve não permita ainda esquiar com segurança.
O Rio Jordão tem o maior fluxo dos últimos 20 anos, com uma precipitação de cerca de 100 metros cúbicos por segundo.
Desde quinta-feira que chuvas intensas têm fustigado Israel, com precipitações que atingem os 125 milímetros em Safed, o dobro do habitual, 144 mm nos Montes Golan e 55 em Jerusalém.
Nas últimas duas décadas Israel tem sofrido Invernos bastante secos, obrigando a um uso elevado das águas do Mar da Galiléia e de outras reservas aquíferas.
Prevê-se que as chuvas se mantenham até à próxima terça-feira, ainda que com menos intensidade.

Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, e regozijai-vos no Senhor vosso Deus; porque ele vos dá em justa medida as primeiras chuvas, e faz descer abundante chuva, a primeiras e as últimas, como dantes. E as eiras se encherão de trigo, e os lagares trasbordarão de vinho novo e de azeite. (Jl. 2:23-24)

Fonte da Notícia: Shalom Israel

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

As raízes nazistas da causa palestina




A raiz dos grupos terroristas palestinos – OLP, FPLP, Fatah, Hamas – e de sua ideologia pode ser atribuída a um homem: Hajj Amin al-Husseini. O pai de Hajj, Muhammad Tahir al-Husseini, foi Qadi (chefe do Supremo Conselho Islâmico) em Jerusalém e primeiro Grão Mufti da cidade. Nomeado ao posto pelas autoridades otomanas na década de 1860, Tahir al-Husseini incitou a perseguição contra imigrantes judeus, chegando a conseguir a aprovação de uma lei que proibia a aquisição de terras por parte de judeus em Jerusalém e áreas circunvizinhas. Em 1908, quando Muhammad Tahir al-Husseini morreu, o posto de Grão Mufti de Jerusalém foi ocupado por seu filho mais velho, Kamil al-Husseini.






A postura de Kamil foi bastante diferente daquela adotada por seu pai: buscou uma política mais apaziguadora do que Muhammad Tahir com relação aos judeus e, quando o Império Otomano ingressou na Primeira Guerra, demonstrou simpatia e abertura aos britânicos. Com a derrota dos turcos, em 1918, diversos territórios do Império Otomano foram divididos entre França, Inglaterra e Rússia, estabelecendo-se o Mandato Britânico da Palestina por volta de 1920. Nessa mesma época, Hajj al-Husseini organizou um levante armado contra os judeus que já habitavam a região da Palestina, o que levou a muitas mortes e à destruição de diversas propriedades de imigrantes judeus. O pretexto para esse levante foi o apoio dado pelas autoridades britânicas à Declaração de Balfour (1917), que pedia a criação de um Estado judeu na região da Palestina.


No ano de 1921, com a morte de Kamil, Hajj assumiu o posto de Grão Mufti de Jerusalém e de líder do Supremo Conselho Islâmico. Adotando uma postura completamente diferente da do irmão, Hajj al-Husseini não apenas ressuscitou a agressiva política anti-semita de seu pai, Muhammad Tahir, como foi além e recrudesceu-a: viajou por todos os países árabes da região com vistas a formar uma grande liga anti-judaica. Seu objetivo não era garantir que houvesse Palestina para os palestinos, mas era a perseguição aos judeus que garantisse ou sua expulsão, ou seu extermínio.


O clima anti-judaico alimentado diuturnamente por Hajj al-Husseini era um fator de grande instabilidade na região, o que provocava confrontos diários entre judeus e árabes palestinos. Em 23 de agosto de 1928, uma sexta-feira, três árabes foram mortos no bairro judeu de Mea Shearim, em Jerusalém; durante o sermão na Mesquita de Al-Aqsa, o Grão Mufti conclamou todos os fiéis islâmicos a atacar os judeus de Mea Shearim. Após as preces na mesquita, uma grande multidão afluiu para o bairro judeu e atacou seus habitantes, que não foram pegos de surpresa. O saldo foi de 249 mortos (116 árabes, 133 judeus) e aproximadamente 600 feridos, judeus em sua maioria. Um ano depois, dois outros atos bárbaros contra os judeus na Palestina tiveram lugar na região: o primeiro foi em 24 de agosto na cidade de Hebron, onde 67 judeus foram assassinados e centenas ficaram feridos – muitos deles mutilados; o segundo foi em Safed, onde 18 judeus foram mortos e 80 ficaram feridos. Esses pogroms foram convocados pelo próprio Grão Mufti de Jerusalém, que vinha sustentando que os sionistas estavam tentando tomar de assalto a Mesquita de Al-Aqsa. Não havia qualquer complô do tipo.



Ao longo da década de 1930, a perseguição promovida pelo Grão Mufti de Jerusalém contra os habitantes judeus da região da Palestina alçou um nível internacional jamais visto até então. Entre os dias 7 e 17 de dezembro de 1931, Hajj al-Husseini promoveu em Jerusalém o Congresso Islâmico Mundial, que reuniu 130 delegados de 22 países. O congresso foi uma grande demonstração anti-judaica, com diversas declarações conclamando pela perseguição aos judeus e o boicote a suas empresas em todo o mundo. Também por essa época, o Grão Mufti apoiou entusiasticamente o primeiro grupo terrorista palestino, o Al-Kaff Al-Aswad (“Mão Negra”), fundado pelo clérigo sírio Izz ad-Din al-Qassam – que dá nome às Brigadas al-Qassam, o braço militar do Hamas.


Zeloso por difundir e amplificar cada vez mais seu espírito anti-judaico, Hajj al-Husseini mantinha contato com diversos governos, inclusive na Europa. E foi um governante em particular que, em 1933, atraiu a mais ampla e sincera simpatia do Grão Mufti de Jerusalém: o recém-eleito chanceler alemão Adolf Hitler. Em 31 de março de 1933, Hajj al-Husseini enviou um telegrama oficial ao gabinete de Hitler informando que os muçulmanos na Palestina e ao redor do mundo viam com entusiasmo sua ascensão à chancelaria alemã. A partir desse ano, as relações entre a autoridade islâmica de Jerusalém e o governo nazista só foram aumentado e se fortalecendo. O Grão Mufti se tornou voluntariamente uma espécie de garoto-propaganda do regime nazista no Oriente Médio, sobretudo junto às autoridades e grupos islâmicos da região – em especial a Irmandade Muçulmana, que hoje governa o Egito. Com a fundação do Comitê Pan-Árabe de Bagdá, em 1934, o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, de Hitler, montou um escritório oficial na Palestina, onde passou a trabalhar em estreita cooperação com as autoridades islâmicas do Oriente Médio.




No dia 19 de abril de 1936, Hajj al-Husseini convocou um levante geral de árabes contra os judeus na Palestina. Grupos armados de extermínio foram formados e, durante 177 dias, mais de três mil judeus foram assassinados. Dezenas de milhares de colonos judeus tiveram suas propriedades destruídas, e muitos se viram forçados a fugir da região. Os governos de Hitler e Mussolini não apenas forneceram grandes somas de dinheiro para a revolta, como também abasteceram os grupos de al-Husseini com armamentos que entravam pela Jordânia e a Arábia Saudita. A autoridade britânica na região se viu forçada a agir, o que fez com que Hajj al-Husseini fugisse em 1937 para o Líbano. Em outubro de 1939, mudou-se para Bagdá até a queda do ditador iraquiano Rashid Ali al-Gaylani, em maio de 1941, quando fugiu para Teerã. Em 8 de outubro daquele ano, os Aliados ocuparam a Pérsia, mas Hajj al-Husseini conseguiu escapar mais uma vez. Graças a uma ação da Inteligência Militar Italiana, o agora ex-Grão Mufti de Jerusalém foi para a Turquia e, de lá, para a Itália, chegando a Roma em 10 de outubro de 1941.


Hajj al-Husseini buscou apoio formal dos governos do Eixo contra os judeus na Palestina e a favor do movimento pan-árabe. Em 27 de outubro, encontrou-se pessoalmente com Benito Mussolini, que declarou seu apoio à causa palestina. Uma declaração formal foi rascunhada por al-Husseini e aprovada por Mussolini. Após esse encontro, al-Husseini foi para Berlim, onde obteve também do governo nazista a aprovação da declaração – aprovação que obteve diretamente de Adolf Hitler em 28 de novembro de 1941.




A partir desse momento, as relações entre autoridades islâmicas ao redor do mundo e o Terceiro Reich estreitaram-se sobremaneira. Hajj al-Husseini tornou-se um grande propagandista de Hitler em meio às comunidades muçulmanas do leste europeu, sobretudo dos Bálcãs, e do Cáucaso. Ele foi um dos grandes mentores das divisões islâmicas da Waffen-SS, obtendo recrutas em países como Albânia, Bósnia, Iugoslávia, Croácia e Azerbaijão. Elementos culturais tipicamente islâmicos chegaram a ser incluídos nas insígnias e nos uniformes das divisões islâmicas da SS, como o tradicional fez turco. A mais importante divisão islâmica da SS foi a Divisão Handschar, croata, cujo comandante era o SS-Brigadeführer Karl-Gustav Sauberzweig.


A aliança entre os grupos muçulmanos envolvidos com Hajj al-Husseini e o governo nazista não era meramente tática. Ela era essencial, estratégica, pois envolvia um ponto nevrálgico de ambas as ideologias: o extermínio dos judeus. Em 1942, quando al-Husseini encontrou-se com Adolf Eichmann e ficou a par da chamada die Endlösung der Judenfrage (“a Solução Final da Questão Judaica”), instou Eichmann a exterminar todos os judeus, não poupando nem as crianças. E essa aliança estratégica se manteve até o fim da guerra, quando o Terceiro Reich caiu. No entanto, isso não afetou em nada os esforços de Hajj al-Husseini na promoção do extermínio de judeus no Oriente Médio. Em 1946, instalou-se no Cairo e, unindo-se novamente à Irmandade Muçulmana, utilizou sua expertise na formação das divisões islâmicas da SS para fundar os Batalhões de Alá, que se dedicavam ao assassínio de judeus. Os Batalhões de Alá foram uma das principais forças agressoras na primeira guerra enfrentada pelo Estado de Israel, que começou um dia após a sua instituição, em 1948. Até a sua morte, em 1974, Hajj al-Husseini sustentou até o fim sua posição pró-nazista em todos os seus meandros, como a negação do Holocausto.




A simpatia pelo nazismo não sumiu do seio dos grupos terroristas palestinos. Ao contrário, ela ainda está muito viva. Não são poucas as referências honrosas a Hitler e as tentativas de negação do Holocausto – que ora é descrito como uma fantasia sionista, ora como uma reação legítima ao complô sionista para dominar o mundo. Mahmoud Ahmadinejad, um dos principais financiadores do Hamas, promoveu em Teerã um encontro de revisão do Holocausto. Ekrima Sa’id Sabri, Grão Mufti de Jerusalém de 1993 a 2006 por indicação Yasser Arafat, então líder da Autoridade Palestina, argumentava que “Os Protocolos dos Sábios de Sião” provavam cabalmente que os sionistas tinham capacidade para inventar uma história como o Holocausto. Izz ad-Din al-Qassam – que, como vimos, também era pró-nazista – é o nome que batiza as Brigadas al-Qassam, braço militar do Hamas, responsáveis pelo lançamento diário de mísseis contra o sul de Israel. Os ecos da influência nazista reverberam até hoje contra os judeus.




O principal objetivo dos grupos políticos e terroristas palestinos jamais foi a fundação de um Estado palestino soberano, independente e plenamente reconhecido, mas o extermínio dos judeus da face da Terra. Esse sentimento existe de maneira inequívoca e inconfundível desde meados do século XIX, e, com o passar do tempo, sofisticou-se. O empenho do Terceiro Reich em apoiar essas iniciativas no Oriente Médio prova-o além de qualquer dúvida. Chamar o Estado de Israel de sionazista é ultrajante e despropositado, mas não seria equivocado chamar o Hamas de nazislâmico.