segunda-feira, 14 de novembro de 2011


V Encontro de Educadores da Zona Sul
INSTITUTO NOVIDADE DE VIDA
“Escrevendo uma nova história para a Educação: educando para restaurar a Nação”


Um dos maiores evangelistas de todos os tempos Dwight L. Moody, americano, que revolucionou a proclamação do Evangelho em seu país, levando crianças pobres de toda a nação para as chamadas: Escolas Dominicais, onde se ensinava Bíblia e princípios cristãos e éticos. Este homem marcou toda a sua geração, embora vivesse a trágica Guerra Civil Americana foi co-responsável pelo surgimento da grande potência do século XX.

Em certa ocasião Moody recebeu um convite para falar ao Corpo Docente de Oxford, uma das mais famosas universidades do Mundo, e sendo um homem muito simples e que escrevia e falava com muitos erros, sufocando e matando tempos verbais e verbos, Moody disse, que não iria porque seria ridicularizado por aquele panteão de Doutores e Mestres. Porém, alguém lhe disse: “Realmente o que falam de você, é que não sabe falar nenhum idioma além do inglês. Não sabe nada de hebraico ou grego e mesmo no seu próprio idioma, eles têm ouvido falar sobre suas dificuldades para escrever, porém, o que dizem também a seu respeito é que ninguém fala sobre Jesus e sobre a Bíblia, melhor do que você, e é sobre isso que eles estão interessados em ouvir”.

Creio que é com o temor de Moody que eu me manifesto neste V Encontro de Educadores da Zona Sul.

No último ano tive a oportunidade de falar sobre os professores que influenciaram minha vida, a ponto de sendo filho de um homem que estudou até a 4ª série do ensino fundamental e de uma mulher que jamais freqüentou uma escola, pude desenvolver minha vida acadêmica, assim como minhas irmãs, e tornar-me um cidadão e um profissional respeitado. Lembro que todas as noites, reunidos em volta da Bíblia Sagrada,  já aos 8 anos de idade eu já havia lido a Bíblia por 2 vezes, livro que foi usado para a minha alfabetização.

Esta bagagem cultural que recebi no seio de minha família, me faz lembrar os 70 anos de exílio e cativeiro que o povo judeu sofreu cerca de 400 anos antes da era comum, sob o domínio inicialmente de Nabucodonozor, rei do império Babilônico.

Depois de anos de cerco, Jerusalém a capital do Reino de Judá, caiu e os príncipes, (os formadores de opinião) foram levados cativos, e uma vez na Babilônia receberam a seguinte proposta: “Conheçam nossa língua, nossa cultura, comam da minha mesa e mudem os nomes de vocês, (que falam do Deus de vocês). Recebam novos nomes babilônicos, que falam dos nossos deuses, dos nossos cultos, da nossa cultura, e então, poderão sentar-se comigo à minha mesa e me servir aqui em meu palácio.

Pior e mais cruel do que o cerco que fez cair Jerusalém, um cerco de impossibilidades, de fome, medo e desesperança, este último cerco é ainda mais cruel, porque é um cerco de oportunidades, com o preço da descaracterização cultural: Esqueçam seu Deus, seus cultos e sua Cultura e recebam a nossa e assim viverão em paz, em nosso sistema de mundo.

Não, não é mera coincidência! Assim como em 70 anos, a língua hebraica, deixou de ser falada, a ponto de nos dias de Jesus Cristo, ele mesmo falar aramaico (a língua dos babilônios). O calendário e as leis estabelecidas no Código de Deus (a TORAH, as Leis de Moisés), foram mudadas e apenas 3 gerações depois da assimilação com a cultura dos caldeus, a cultura judaica foi tão impactada que até hoje possui marcas em seu calendário, celebrações e forma de culto.

3 gerações passaram pelo Exílio e Cativeiro. A geração que foi levada cativa e morreu no Cativeiro; A que nasceu e morreu lá sob o domínio do conquistador, e a que nasceu cativa mas, voltou para a Terra Prometida.

A que nasceu no cativeiro e voltou tinha como um de seus afamados representantes, um homem chamado Zorobabel (nome que quer dizer: Semeado na Babilônia). Seu pai, sonhava, que embora seu filho tivesse  nascido ali, o destino dele era ser colhido e ser levado de volta à terra de seus antepassados. Foi isso o que ocorreu, e o que coube a Zorobabel, foi dar o primeiro e o mais importante passo, para a restauração de um povo. RESTAURAR O RELACIOANAMENTO COM DEUS.

Zorobabel, é o responsável pela reedificação do Templo destruído por Nabucodonozor, local de unidade nacional para os judeus, lugar onde as Leis eram ensinadas e o Culto ao Deus Vivo era realizado.

Os valores que quase se tornam históricos que pautaram nossas vidas e as vidas de nossos antepassados, cada vez mais são descaracterizados, por um sistema, em que depois de impossibilidades, são oferecidas possibilidades, e com isso se prova a fraqueza de nossos valores e outros então são oferecidos.

Esta guerra não é travada há pouco tempo. Talvez uma geração inteira se viu exposta à mídia, e sem qualquer defesa prostrou-se a ela. Outra, cresceu e entendeu que aquilo era tudo o que existia, porém talvez nós, ou nosso filhos sejamos a geração que embora tenhamos nascido sob este cativeiro e sob este jugo, podemos ser ou preparar a geração que vai voltar atrás, para possuir a Terra, que parece ideal, mas, é tão real, quanto a prisão sob a qual vivemos.

Desde o traficante que dá para um menino um tênis de quinhentos reais, para ele ser um aviãozinho, até os comerciais que mostram a cada dia um brinquedo novo, para crianças que literalmente não têm mais espaço para os brinquedos novos, a inversão de valores, o ” ter” no lugar do “ser”, são prisões sob as quais independente de classe social estamos encarcerados... Mas está na hora da nossa libertação. Uma Nova História vai ser escrita!

A História dos que voltaram para reedificar as Construções abandonadas, para reabrir as Veredas antigas, e para restaurar o vínculo entre pais e filhos e filhos e pais. A base da educação está aí. Na família!

Quero citar um texto bíblico proferido por Jesus e que ilustra a base para uma restauração tão esperada:

“Então chegando o que recebera cinco talentos, apresentou-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei. Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Chegando também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis aqui outros dois que ganhei. Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Chegando por fim o que recebera um talento, disse: Senhor, eu te conhecia, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste, e recolhes onde não joeiraste; e, atemorizado, fui esconder na terra o teu talento; eis aqui tens o que é teu. Ao que lhe respondeu o seu senhor: Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei, e recolho onde não espalhei? Devias então entregar o meu dinheiro aos banqueiros e, vindo eu, tê-lo-ia recebido com juros. Tirai-lhe, pois, o talento e dai ao que tem os dez talentos. Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado.”
(Mat 25:20-29)

Talentos. Deus nos deu TALENTOS. Os educadores de hoje, podem ser como os pais de ZOROBABEL. Pessoas que talvez tenham nascido debaixo deste sistema, que escraviza, que emburrece, que robotiza, mas, que independentemente de terem sido formatados em suas ações, não deixaram de sonhar, e não foram impossibilitados de receber TALENTOS.

Os Talentos, os Dons, as Habilidades, Capacidades, Domínios, foram dadas por Deus, o Criador dos Céus e da Terra, e vocês tanto receberam tudo isso, quanto foram formados em suas personalidades, para exercerem esta revolução em nossa geração. Uma geração que sonha e que percebe que possui: TALENTOS.

Talentos, tantos os de vocês, quanto os que estão lhe sendo confiados... Sim! os alunos, os que estão em fase de formação...

Uma nova possibilidade está aberta a vocês. Preparar a geração dos que podem ter nascido e sido semeados no meio deste sistema castrador e aprisionador, mas, uma geração que vai voltar e vai fazer história e depois vai escrevê-la.

A restauração tem sido aparentemente lenta, porém, o que parecia impossível tem acontecido. O hebraico, que deixou de ser falado, lá 4 séculos antes da era comum, no século XIX, ressuscitou. É a única língua morta que voltou a ser falada. Através de um educador, um professor: Eliézer ben Yehuda, mostrou ao mundo, que assim como uma nação pode nascer em um dia (pelas mãos do Todo Poderoso), a Lashon Kodesh (A Língua Santa) pode ressuscitar, através de um mestre. Este mestre ensinando a seus filhos e aos amiguinhos de seus filhos, é o pai do ressurgimento desta língua, que hoje é falada em Israel, e ensinada em todo mundo.

É possível voltar! É possível reescrever, é possível viver uma nova história.

Assim como os Talentos são dados, eles serão cobrados. Hoje, quero valorizar os Talentos que vemos na vida dos Educadores, que têm se esforçado e à exaustão tem lutado pelo romper de paradigmas, distantes dos nossos sonhos e maiores anseios, mas, que podem ser vencidos.

Que vocês desenvolvam os seus Talentos. Que vocês, se esforcem estendendo seus limites, para desenvolver os Talentos que lhe foram confiados. Que Talentos que vocês não possuíam, possam ser desenvolvidos e usados, porque ainda lhes serão acrescentados outros. E que percebam que os melhores talentos que receberam são crianças, adolescentes e jovens, que vivem na geração da maior explosão demográfica, (agora que chegamos a 7 bilhões de habitantes), e que possuem a mais vasta rede de comunicações de todos os tempos.

Ativem a geração de Zorobabel. Os nossos melhores dias estão diante de nós.

“os egípcios construíram pirâmides, os gregos, templos, os romanos anfiteatros, mas, os judeus construíram escolas. Eles sabiam que para defender um país era necessário um exército, mas, para defender uma civilização é necessário educação. Assim, os judeus se tornaram o povo cujos heróis eram professores, cujas fortalezas eram escolas e cuja paixão era o estudo e o desenvolvimento da mente. Como poderíamos privar nossos filhos desta herança?"  Lord Jonathan Sacks


Paulo de Tarso, apóstolo